Seja Bem-vindo, 27 de abril de 2024

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Fenomenologia – Interpretações diferentes das escolas de parapsicologia

03 de junho de 2023   .    Parapsicologia
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Artigo de Pe. Emanuel Cordeiro Costa com Certificado de Registro de Averbação na Fundação Biblioteca Nacional – EDA – Registro Nº 869.586 Livro: 1.694 Folha: 269. Data do registro: 02/03/2023.

Iª Parte
Introdução
Neste artigo, como está bem claro no título, mostro como algumas escolas de parapsicologia fazem abordagem dos fenômenos parapsicológicos ou paranormais. Como abordam ou não os Fenômenos Psi-Theta ou Supranormais (Sobrenaturais). E porquê das abordagens serem tão diferentes umas das outras.

Escola de parapsicologia Norte-Americana
Por isso sugiro ao leitor que procure ler o artigo do Site Emana & Parapsicologia: ESCOLAS DE PARAPSICOLOGIA FORA DO BRASIL. O que facilitará você compreender agora quando por exemplo, falo de Escola de Parapsicologia Norte-Americana.

A Escola de Parapsicologia Norte-Americana, bem-conceituada, porém, em alguns pontos do artigo, mostro críticas da Escola de Parapsicologia de Pe. Quevedo (falecido) chamando-a de Microparapsicologia.

Escola Norte-Americana ligada a Joseph Banks Rhine, de Durham, Carolina do Norte, ela classifica os fenômenos de forma diferente da escola de Pe. Quevedo, que segue uma linha mais europeia.

Escola de Pe. Quevedo de parapsicologia e Escola Norte-Americana de parapsicologia
O que a escola de parapsicologia do Pe. Quevedo através de seus pesquisadores chama de telecinesia, e atribuindo a esta à telergia, explica todos os Fenômenos chamados de Extranormais de Efeitos Físicos.

Para melhor entender o assunto confira o artigo do Site Emana & Parapsicologia: SEGUNDA PARTE – CLASSIFICAÇÃO DOS FENÔMENOS PARANORMAIS OU PARAPSICOLÓGICOS (CONTINUAÇÃO).

Esses fenômenos ligados a telecinesia e à telergia, para a Escola de Parapsicologia de Pe. Quevedo são Extranormais de Efeitos Físicos. Já para a Escola Norte-Americana de Parapsicologia, especialmente a Escola de Rhine, são classificados como de Psi-Kapa ou Psicocinesia.

IIª Parte
Escola de Parapsicologia ligada ao Sistema GRISA.
Veja também caro leitor este artigo no Site Emana & Parapsicologia: QUINTA PARTE – CLASSIFICAÇÃO DOS FENÔMENOS PARANORMAIS OU PARAPSICOLÓGICOS (FINAL). Neste artigo você internauta verá que a Escola de Parapsicologia ligada ao estudo e pesquisa do Professor Dr. Antônio Grisa (falecido) tem uma classificação dos fenômenos parapsicológicos diferente do Pe. Quevedo. Grisa classifica o estudo dos Fenômenos em três grandes grupos:
1) Fenômenos Psi-Gama ou de Percepção Extra-Sensorial – PES.
2) Fenômenos Psi-Kapa ou de Psicocinesia
3) Fenômenos Psi-Theta.

IIIª Parte
Qual a força que desencadeiam os fenômenos parapsicológicos ou paranormais?
Escola de parapsicologia de Pe. Quevedo
Para a Escola de Parapsicologia ligada ao Pe. Quevedo, que por sua vez, mesmo ele não dizendo claramente, mas tudo indica que segue a Escola Teórica de Parapsicologia Europeia, muitos fenômenos, por ele classificado de Extranormais de Efeitos Físicos são produzidos pela Telecinesia e a energia que o realiza, a Telergia. Estas são forças físicas, quem as dirige é o inconsciente do homem. Elas exercem uma influência física em objetos, plantas e em pequenos animais.

A Telecinesia, além de seu aspecto físico apresenta também o lado psíquico. Como força física, a telergia tem suas limitações. Para a escola de Pe. Quevedo já os Fenômenos classificados de Paranormais de Conhecimento, vão além do inconsciente, sendo desencadeado pela faculdade espiritual da mente. Que não deixa de ter certa limitação no tempo e no espaço. Tem um limite existencial e vital. (sugiro a este respeito que leita o artigo do Site Emana & Parapsicologia: PSI-GAMMA – (PERCEPÇÃO EXTRA-SENSORIAL) – Nº 1.

Quando os fenômenos extrapolam o tempo e espaço, já pertencem a outra ordem: Considerados Supranormais (Sobrenaturais).

Chamo atenção também para os fenômenos que a Escola parapsicologia de Quevedo Classifica como Extranormais de Conhecimento, tem seu lado inconsciente, porém, estão diretamente relacionados aos sentidos. A sensação, a sensibilidade. Levando em conta as expressões físicas, manifesta de maneira inconsciente e conscientemente. Não que ele use esta expressão linguagem corporal, mas os Fenômenos Extranormais de Conhecimento, acaba sendo uma boa interpretação da linguagem corporal, coisa que a pessoa sensitiva consegue fazer. Captando esses sinais mínimos através da chamada Hiperestesia por exemplo. Sinais mínimos inclusive através das cordas vocais que tem uma vibração mínima, mesmo quando não falamos e só pensamos.

A força que desencadeia os fenômenos parapsicológicos se expressa de forma diferente. Sendo algo inconsciente, alguns casos ligados mais aos sentidos, outros fenômenos ligados a uma energia física, não visível facilmente a olho nu, há fenômenos de manifestação de algo espiritual, chamado faculdade espiritual da mente e também fenômenos Supranormais (Sobrenaturais).

IVª Parte
Escola Norte-Americana de Parapsicologia
Esta escola, conforme já destaquei: aqueles fenômenos que a escola de Pe. Quevedo chama de telecinesia e atribuem à telergia, a escola americana atribuem à Psi-Kapa (Psicocinesia).

A escola Norte-Americana, trata-se esses fenômenos de uma força não-física, uma força espiritual.

Divergências
Parece aqui está o ponto essencial da divergência da escola de Pe. Quevedo e a Norte-Americana.

Os pesquisadores da Escola de Parapsicologia de Pe. Quevedo acham que a hipótese da Escola Americana não convence.

Alegam que o fenômeno externo é idêntico. Mas a interpretação se é física ou não-física é muito diversa.

Por isso, o parapsicólogo Pe. Edvino (falecido) dá exemplos de estudos e pesquisas justificando a argumentação da Escola de Pe. Quevedo. Isto ele detalha melhor no seu livro “PANORAMA DA PARAPSICOLOGIA AO ALCANCE DE TODOS”.

Vª Parte
Sistema GRISA
A visão antropológica de Dr. Pedro Antônio Grisa é muito simples. Nela o homem é dividido em dois. Ou seja, a mente humana é dividida em Subconsciente e Consciente. E o que desencadeia os fenômenos humanos é o Subconsciente, que produz uma energia necessária para tal.

Por isso, fácil de compreensão à primeira vista, mas em choque com outras visões antropológicas vemos suas limitações.

Faz uma apresentação e estudo bem interessante da mente humana, onde tudo é regido por leis imutáveis que regem principalmente o subconsciente de todos nós.

Nesta visão uma cura por exemplo, sempre vem da energia do Subconsciente. Ao passo que na visão da Escola de Parapsicologia de Pe. Quevedo e também da Escola Teórica Europeia, não descarta uma cura psíquica, porém há outros fatos que não tem como explicar simplesmente como cura pela mente, e sim uma intervenção Divina. Dependendo de outras visões religiosas, de intervenção de entidades, etc.

VIª Parte
Visão científica
Quando se fala visão científica, estudo científico, parapsicologia é ciência, as coisas tomam rumos os mais diversos que se possam imaginar. Alguns falam que a parapsicologia é uma pseudociência não admitindo-a como ciência. Tem aqueles que carregam um preconceito em relação a ciência. Pessoas que tem uma crença cristã mais fundamentalista: ciência e religião não combinam. Outros, que se disser o Sistema Grisa é científico e independente, está dizendo tudo. Esquecem que todas as outras escolas se baseiam em pesquisas e estudos de cientistas também.

Recomendo você internauta que leia este artigo publicado no Site Emana & Parapsicologia: PARAPSICOLOGIA É CIÊNCIA NA VISÃO DE TRÊS CORRENTES DE PARAPSICOLOGIA. Nele você entenderá que o cientista tem também a sua subjetividade ao interpretar qualquer fato por mais objetivo que ele seja, e que não existe uma neutralidade científica em relação a compreensão de certos, fenômenos, situações, etc. Assim como não existe neutralidade política, a religiosa também não. O cientista quando analisa um fato sua visão de mundo aparece, inclusive sua visão religiosa ou ateia se expressa na interpretação. Falo isso por causa do mito da neutralidade científica que existe na cabeça de alguns.

As escolas de parapsicologia, assim chamadas por Grisa de “Espiritas”, tem sua interpretação dita científica, tentando buscar elementos que reforce suas crenças nos estudos e pesquisas que fazem. Com a escola de parapsicologia ligada ao Pe. Quevedo, por ele chamada de “Católica” não é diferente, faz seus estudos e pesquisas cuja interpretação está ligada a fé Católica. Porém rotular de escolas “Católicas” e “Espiritas” torna-se uma compreensão muito pequena das mesmas. Veja o artigo que publiquei no Site Emana & Parapsicologia: “CORRENTES (ESCOLAS) DE PARAPSICOLOGIA” NO BRASIL.

VIIª Parte
Psi-Theta – Supranormais (Sobrenaturais)
O último fenômeno da classificação de Grisa (conforme visto na segunda parte é Psi-Theta). É este último fenômeno da classificação que interessa mais aqui de momento neste artigo. Grisa diz não abordar os Fenômenos Psi-Theta:

– “por fundamentar-se muito mais em significativas e importantes crenças místicas, espiritualistas e religiosas do que em leis e em princípios científicos;
– por minimizar a importância da mente como agente efetivo desencadeador da fenomenologia paranormal”. (GRISA, p. 107.1990)

É claro que quem for seguidor do Grisa dentro de uma visão dogmática, ortodoxa, terá dificuldades quando alguém fizer algum questionamento ao mesmo. Porém, aqui os questionamentos que faço não diminuem em nada sua genialidade. Porém faço ver que todo sistema humano que por mais interessante e bom que seja tem suas limitações e não consegue explicar em tudo a vida humana que é muito complexa.

Quanto aos dois primeiros fenômenos por ele abordado podemos em comparação com outras escolas de parapsicologia lançar muitos questionamentos. Porém neste artigo não é o caso.

Quanto aos Fenômenos Psi-Theta, os questionamentos ou outra abordagem será feita aqui.

Os Fenômenos Psi-Theta, Grisa diz: “a pessoa parece vivenciar uma experiência de contato com espíritos, almas ou seres de outras dimensões, especialmente dos espíritos desencarnados. Esse tema é aprofundado pela “Escola Espírita” e pelos parapsicólogos “Espiritualistas”. (GRISA, p. 107. 1990)

A colocação acima, Grisa já está afirmando que este assunto é estudado pelos espiritas e pelos parapsicólogos espiritualista. Consequentemente o resultado dos estudos virão para confirmar suas crenças.

Só que, Grisa não coloca que outras escolas como a Europeia de Parapsicologia e de Pe. Quevedo abordam esta temática com outro título: Fenômenos Supranormais (Sobrenaturais). Não só com outro título, mas com pesquisas e estudos diferentes. É claro que reforçam a fé católica e cristã. Então você poderia concluir que o Sistema Grisa é puramente científico, por não estudar os fenômenos Psi-Theta e Supranormais (Sobrenaturais)? Vamos daqui para frente respondendo à questão. Você verá que Grisa tem sua visão religiosa também. Mesmo dizendo não abordar estes fenômenos de Psi-Theta ou Supranormais. É claro não faz de modo claro e explicito, dentro da classificação citada. O que não impede de passar sua visão religiosa como sendo a melhor como outros fazem. E isto ele faz.

VIIIª Parte
“Reino Invisível” – “CRIADORCENTRO & A NOVA ESPIRITUALIDADE”.
Faço questão desta pequena pausa, antes de abordar diretamente os dois tópicos: “Reino Invisível” e “CRIADORCENTRO & A NOVA ESPIRITUALIDADE”, para ressaltar que no meu curso de filosofia tive grandes professores e formadores, que por meio deste estudo aprendi analisar todas as coisas com senso crítico. No curso de teologia também, tanto em exegese bíblica, como nas demais matéria, analisando o elemento religioso é claro a partir da fé, mas não uma fé cega, por isso, nesse estudo com os métodos utilizados aprendi também analisar com critério, ou seja, com senso crítico tudo ligado ao sagrado e a religiosidade.

Sei que alguns cursos acadêmicos não proporcionam essa visão mais aberta e crítica, fechando em uma visão única de algum mentor, proposta e método. Com isso, ao invés de senso crítico, caem facilmente no dogmatismo e ortodoxia, na única visão que possuem.

Essa pausa fiz para ressaltar que mesmo observando os pontos da visão religiosa de Grisa com meu parecer e senso crítico, não estou desqualificando o seu trabalho e deixando de reconhecer seus méritos e genialidade. Mas que todo estudo humano por mais perfeito que seja, é plausível não de uma única interpretação, que o fato de analisar criticamente é para mostrar que todo estudo tem o lado subjetivo de quem escreve e não puramente objetividade. Que tem comparando com outros estudos pontos que não são tão claros e muitas vezes passiveis de falhas.

Comentário
Além de um áudio sobre o “Reino Invisível”, palestras, Grisa fala desse “Reino Invisível” em diversos momentos que discursa. Há uma obra sua que trata especificamente da sua visão religiosa que é: “CRIADORCENTRO & A NOVA ESPIRITUALIDADE”. Ele não é explicito quando faz a classificação dos fenômenos, mas produziu uma obra mostrando sua visão religiosa. Entre outros assuntos nessa obra fala do “Reino Invisível”.

Como toda obra é passível de questionamentos e considerações, nesta também não é diferente, sobretudo tratando de um tema, que existem tradições milenares de religiões que estuda, filósofos e outros estudiosos. Como sempre a posição do Grisa, é bem própria dele. Porém, uma própria, que não significa que ele não tenha buscado elementos das religiões milenarmente constituídas e de outras mais recentes. Sua fala, seu discurso científico, como das demais correntes parapsicológicas, tenta levar a crer que esta visão do transcendente é a melhor e verdadeira como as outras escolas também fazem. Com argumentos que dão a entender que expressa uma visão científica, e não digo que não possa expressar, mesmo assim não significa que é uma visão válida como lei única e imutável.

Vou Alencar dez pontos sua obra, onde Grisa mostra sua visão religiosa. É claro que existem outros pontos. Mas os dez selecionados nos dão uma boa compreensão do seu pensamento religioso. Não se trata de oposição, mas mostrar que é uma visão entre as outras, mesmo não classificada por Ele como Fenômeno Psi-Theta e nem de Fenômenos Supranaturais (Sobrenaturais) como faz as outras escolas.

IXª Parte
Dez pontos da visão religiosa de Grisa aqui analisados:
1) Criador do Universo – Sol da Espiritualidade.
Grisa fala do criador do Universo em comparação com o Heliocentrismo: “Heliocentro da espiritualidade, o qual é denominado de Criadorcentro”. (GRISA, p. 173). Depois fala que: “Identificado o Criador do Universo como o sol da espiritualidade, os demais deuses e divindades não passam de ‘planetas’ a girar em torno do astro rei”. (GRISA, p. 173). Diz também que: “os planetas refletem a luz do sol. Essa reflexão de luz contra a sombra escura do espaço”. (GRISA, p. 174). Alarga um pouco mais sua reflexão e compreensão religiosa dizendo que em

“relação aos deuses e divindades, que integram o Sistema Espiritual, constata-se que Divindades e Deuses, brilham e oferecem luz, enquanto apresentam Leis e Princípios, comuns ao Criador do Universo; contudo, Deuses e divindades revelam seu ado Sombra, à medida que apresentam leis e princípios humanos decorrentes da necessidade de Sobrevivência Funcional no planeta Terra. Transformando seus deuses e divindades semelhantes aos seres humanos”. (GRISA, p. 174).

Mesmo tentando sintetizar esse ponto, é bem extenso, acaba que sintetizando demais fica muito ainda a ser visto. Veja neste ponto mais uma explicação do Grisa: “A Plenitude do Criador do Universo, em relação à limitada e limitadora relatividade das divindades, engendradas por seres humanos e integradas às diferentes doutrinas religiosas e místicas”. (GRISA, p. 174).

Comentário
O que Grisa afirma aqui, com todo respeito, para quem tem uma visão religiosa além desta que ele apresenta, não vejo nada de novo em relação a compreensão das religiões monoteístas sobre Deus. Só que as religiões monoteístas ao invés de chamar Criadorcentro, o Ser Supremo, o chama de Deus. E Deus nas religiões monoteístas é o Criador de todas as coisas. E o próprio Judaísmo e o Cristianismo que adota a Antiga Aliança como livro sagrado, critica o politeísmo. Grisa fala de deuses e divindades isso é próprio do politeísmo, e ele parece que coloca tanto o monoteísmo e politeísmo no mesmo saco. E se o monoteísmo são “deuses e divindades” por que elaboram doutrinas, com leis humanas, qualquer visão religiosa está embutida, ainda que não explicita, algum ensinamento, que também é doutrinário e humano, mesmo que não seja com o rigor estritamente religioso. Inclusive seu estudo e trabalho do Criadorcentro é elaborado por ele uma pessoa humana.

2) Religião e morte
“Quando se morre, acaba tudo”! Grisa diz que esta opinião parece ter origem no Império Romano. E vai concluir dizendo: “dói em nós, cristãos, saber que as convicções pagãs do Império Romano sobre a morte permanecem presentes na mentalidade cristã, como tradição, no decurso dos séculos”. (GRISA, p. 246).

Comentário
Não quero julgar o Grisa e ele tem o direito de ter a religião ou crença que quisesse, mas diz: “dói em nós, cristãos”. Ele se diz aqui cristão. Se não for esta frase uma pitada de ironia, como disse sem querer julgar, fica difícil acreditar nisto. Já que para os cristãos, a questão do pós-morte mesmo durante o Império Romano nunca foi problema. E também para os cristãos Deus é Uno e trino. (Um só Deus em três pessoas distintas). E Deus para os cristãos as três pessoas são distintas, mas inseparáveis, forma um só Deus, é Criador do Universo e de todas as coisas, não recebendo o nome de Criadorcentro. Será porque Criadorcentro passa uma imagem contraria as religiões monoteístas que chama o Criador: Deus. E para diferenciar a explicação parapsicológica, para dar um ar de cientificidade, o chama assim diferente das religiões.

Você pode objetar: mas Grisa chama de divindades e deuses as doutrinas feitas pelos homens. Se doutrina ensina os princípios básicos da fé. Fica a pergunta: existe religião sem doutrina? Sem ensino que não seja feito pelo ser humano? Existe algum dado ou fato científico, sem explicação e ensino? Sem que seja escrito ou ensinado pelo ser humano? Mesmo não sendo chamado doutrina a ciência tem que transmitir humanamente seu ensinamento. Grisa explica as leis e princípios de sua visão religiosa, também elaboradas por mãos humanas. Não se chama doutrina, mas essas leis e princípios precisam serem conhecidas e aprendidas. Aprender que Existe um Criadorcentro, comparado com o Heliocentrismo, com explicação da origem dos planetas e da vida sendo a visão do Sistema Grisa como o próprio Grisa afirma, onde se estabelece inclusive uma relação da criação com leis e em relação a vida humana. Não vamos chamar doutrina que é mais próprio do ambiente religioso, mas não deixa de ser princípios e regras a serem compreendidas e seguidas. Não vamos esquecer que existem doutrinas políticas, ideológicas, e também visão científica ortodoxa que não deixa de ser doutrinamento.

Como disse, a frase dele: “dói em nós, cristãos”. Não sei se é ironia. Mas não sendo fica a reflexão: os cristãos milenarmente, até mesmo as igrejas evangélicas tem não esta maneira de compreender a fé, que é típica do Dr. Antônio Grisa. Alguém pode ainda indagar? Mas Ele cita passagem do evangelho sobre Jesus. Sim! Cita! Não falando de Jesus enquanto Deus realizando sua missão. Mas tomando, as passagens do evangelho como importante, dentro de sua fala pala ilustrar argumentos parapsicológicos que afirma. Como você pode também tomar uma frase de um filosofo ateu por exemplo, usando até mesmo num discurso religioso, sem que com isso quem faz o discurso, seja ateu ou também um cristão pode tomar também uma frase de Buda no seu discurso, sem ser budista. Só que o cristão quando aborda a pessoa de Jesus, normalmente ou quase sempre leva em conta a sua divindade.

3) “Reino Invisível”
Comentário
Nós cristãos trabalhamos com a expressão: Reino de Deus, sem problemas e com muita tranquilidade. Sabendo que o Reino de Deus começa aqui nesta terra e na sua plenitude só na eternidade. Grisa expressa sua fé, na eternidade falando com outras palavras em “Reino Invisível”. O Reino de Deus na sua plenitude significa estar diante do criador numa condição de viver a vida na sua plenitude, que é um estado de vida totalmente glorificado e transformados que se chama céu. Grisa não usa a categoria céu. E não passa a mesma imagem dos cristãos que o Criador é um ser pessoal. Claro, pessoal não na forma exata da pessoa humana, senão não seria Deus. Mas não é impessoal, despersonalizado, se relacionando com o homem. Grisa Fala que “filhos de Deus, são deusinhos”. Não mostrando a compreensão de Deus enquanto pessoa. Enquanto tem a sua identidade clara. Por isso é comum os cristãos dizer as três pessoas da Santíssima Trindade. Pessoas distintas, mas inseparáveis, formando um só Deus.

Grisa fala em três ou cinco Reinos. Já que ele mesmo indaga três ou cinco? Ele mesmo acaba respondendo mostrando como primeiro: o Reino Animal, e este se subdivide em dois: bichesco e humano. Desta forma temos dois Reinos. A seguir fala em Reino Vegetal e Mineral. Temos aí quatro. Por último, acrescenta mais um que o “Reino Invisível”. Depois estabelece uma hierarquia entre os reinos, observável na natureza estabelecendo com isso leis que regem esta hierarquia.

“O Criador do Universo e da Vida que estabeleceu estas leis na relação entre os reinos do Planeta”. (GRISA, p. 254).

“Portanto, entre o Reino Humano e o Invisível e Espiritual naturalmente as leis permanecem as mesmas.

A pessoa livre-do-corpo-biológico, integrada ao Reino Invisível.

Se você está contente e feliz, deixa a pessoa livre-do-corpo-biológico mais feliz do que já está.

A pessoa livre do corpo orgânico, pertencendo ao reino superior, pode ajudar você telepática e espiritualmente. Não pode ajudá-lo em atividades que exijam a participação do corpo biológico e biofísico, pois está em nível de energia absolutamente distinta do mundo em que vivemos.

A pessoa livre do corpo, está integrada à perfeita Harmonia do Universo, ao infinito Poder de Deus, e pode e quer ajudar você. Contudo, respeita a sua liberdade, como o Criador o faz. Por isto irá ajudar à medida em que você aceitar, permitir e, melhor ainda, se pedir”! (GRISA, p. 255).

Continuação do comentário
Grisa diz que quem está na outra vida pode te ajudar telepaticamente… Aqui cabe inúmeros questionamentos. Dizer que isso é cientifico, precisaria de uma explicação mais consistente e robusta. Depois é pensar o “Reino Invisível”, um pouco nas categorias humanas, usando a fenomenologia humana. Já quem admite os fenômenos Psi-Theta ou Supranaturais, para estes o outro mundo apresentado, a fenomenologia não é puramente parapsicológica ou paranormal, mas uma fenomenologia diferente da puramente humana.

Para os cristãos comunicamos com Deus por meio da oração. Porém, quando acontece a comunicação do outro mundo conosco, seria uma ação Divina. Esta ação é o que chamamos milagre. Mais sempre uma ação de Deus. Mesmo que seja intercessão dos Santos e Santas, estes manifestam como sendo uma ação de Deus por meio deles. Deus e todos os redimidos diante do criador vivem num outro plano e não puramente troca de energia (outro nível de energia). Nem esses intervêm e interferem nesta vida e sim Deus. E caso há manifestações de santos e santas, só com o consentimento de Deus.

Outra coisa que gostaria de comentar, quando Grisa fala que quem está na outra vida ajuda os humanos respeitando a nossa liberdade. Só que aqui acho uma grande contradição pois diversas vezes em seus escritos e também neste livro CRIADORCENTRO & A NOVA ESPIRITUALIDADE ele sempre afirma que a liberdade humana ser praticamente quase impossível. Raramente a pessoa tem consciência de suas programações e liberdade de agir. Agindo mais pelo impulso automático da mente que é o Subconsciente.

Deixo claro para não cometer injustiça, Grisa usa o termo: Deus, ao falar por exemplo, “ao infinito poder de Deus” e outras vezes, por alguma circunstância que acha interessante. Porém, sua preocupação principal é destacá-lo não exatamente assim, mas como Criadorcentro.

4) Juízo final
Grisa fala de duas versões quanto a esse tema. Sendo que a segunda evolui em relação a primeira. Faz observação em não concordar com nenhuma das duas sem esclarecer bem sua posição que seria a terceira versão.

5) Correntes Defensoras da Vida Após a Morte
Fala o professor Dr. Antônio Grisa na existência de dois grupos: Espiritualistas e Espirituais. Sobre o primeiro grupo diz

“buscam comprovar a ‘comunicação dos espíritos com os seres humanos, identificando uma ponte entre o Além e o Aquém’. Ignoram a diferença entre aparência e essência.

São as Doutrinas Espiritualistas, que não aceitam o Juízo Final, o qual proclama a sentença da premiação ou da condenação eterna e imutável: o Céu ou Inferno definitivos.

São as doutrinas também conhecidas como Reencarnacionistas.

Elas afirmam que os espíritos seguem uma evolução cármica, que vivem na Terra, ou em outros mundos diferentes, várias vidas biológicas ou similares, durante as quais iriam processando a evolução espiritual”. (GRISA, p. 260).

O Segundo grupo

“é constituído pelas Doutrinas Espirituais, as quais não aceitam a possibilidade da comunicação entre as pessoas, cujos corpos estão ‘mortos’, e os seres humanos vivos biologicamente.

Estas Doutrinas Espirituais também negam a possibilidade dos espíritos humanos reencarnarem.

Contudo, como as anteriores, incorrem em graves contradições em relação à natureza do Criador do Universo.

Tanto as Doutrinas Espirituais, quanto as Espiritualistas ignoram a fundamental distinção entre essência e aparência. Como entre o Criador do Universo e os deuses e divindades, engendrados por motivações humanas e feitos à imagem e semelhança do homo sapiens”. (GRISA, p. 261).

Comentário
Dr. Pedro Antônio Grisa faz considerações, críticas aos dois grupos. Não aceitando a visão destes sobre a Vida Após a Morte. Em relação a este tema um dos parapsicólogos ligado a escola de parapsicologia de Pe. Quevedo que Pe. Raimundo Elias Filho consegue sintetizar no seu livro: “Mistério do Aquém e do Além a luz da parapsicologia” onde fala de maneira resumida, mas clara no capítulo oito do livro que tem o tema da: Morte e no capítulo nove que tem o tema: A Ressurreição do Homem total. Com certeza também você leitor deve ter alguns questionamentos a respeito da Vida Após a Morte.

Não explica, para mim de modo satisfatório, o que ele está dizendo com a expressão: “Doutrinas Espirituais”. Quem são esses que seguem essa doutrina? Uma parte dos católicos, dos evangélicos? Quem são esses? Podemos quem sabe incluir nesse grupo Leonardo Boff, Libânio, Renold J. Blank, etc.? Eles que têm vastíssimos estudos dedicado a vida após a morte? Seria bom se pudéssemos ouvir o Boff quanto a esse tema. Infelizmente Libânio e Blank não tem como, são falecidos. Se Grisa estivesse vivo para um debate com Boff o outro, quem sabe veríamos uma explicação satisfatória.

6) Essência e Aparência
Aqui em seu livro Grisa faz a distinção entre Essência e Aparência dizendo que estruturas de
“Conhecimentos, alicerçadas em princípios basilares:

I O Ser Supremo é o Criador do Universo, da Vida, do Ser Humano e da Mente Humana, livre de ‘antropomorfismos’ e outras manifestações humanas;
II O Universo Espiritual é regido pelo Criadorcentro;
III O Criador do Universo distingue-se dos deuses e divindades apresentados como entes próprios de cada doutrina e feitos à imagem e semelhança dos seres humanos;
IV A culpa mental ou espiritual é também inexistente. (GRISA, p. 261).

Comentário
Sobre esse ponto: distinção entre Essência e Aparência, podemos fazer algumas observações. O que o professor Grisa chama de “Antropomorfismo” não fica claro. Mas por exemplo no livro do Êxodo na bíblia fala que Deus viu a miséria do seu povo, como se tivesse visão humana, ouviu o clamor do povo como se tivesse ouvido humano e Deus desceu para libertar o seu povo, como se descesse de uma escada para vir até ao homem. Isto para os cristãos não altera nada a compreensão de Deus como Criador, Ser Supremo, Onipotente, Onipresente e Onisciente. Deus respeita inclusive a maneira cultural, da época que vive um povo, para compreende-lo e senti-lo. Para falar que Deus está perto, fala que desceu. Fala também Deus caminha com o seu povo. Como se desse passos para caminhar. A sagrada escritura foi criando ao longo do tempo sua linguagem própria, linguagem figurada, simbólica, e outros tipos de linguagem para expressar a fé do povo de Deus. Não significando para os cristãos que Deus, seja assim como se fosse um homem que tem boca, ouvido e pernas. Para falar de algo infinito, não compreensível pela mente humana usa-se comparações, símbolos, etc. Grisa também fala do Criadorcentro e a nova espiritualidade, fazendo comparação do Heliocentrismo e astros. Poderíamos erroneamente deduzir por isso, Deus é o Sol ou outro astro?

Se o povo fosse esperar uma compreensão bem tardia, que surge sobre Deus, por exemplo do Heliocentrismo, como Ser Supremo, como Criador ou Criadorcentro, a humanidade estaria esperando praticamente até a da Idade Moderna, que tem seu recorte inicial em 1453, porém a teoria do Heliocentrismo no XVI e XVII com Nicolau Copérnico e Galileu Galilei. Mais exatamente sem compreendê-lo até este século, em 2014 data da primeira edição do livro referido aqui neste artigo. Obra recente. E sem falar que a fé Cristã sobreviveu e sobrevive sem esta compreensão exata de Criadorcentro.

Inúmeros outros antropomorfismos temos na bíblia. Diz também lembrando que Leonardo Boff fala de antropomorfismo na igreja, mas não cita qual a obra e em que sentido. Pelo que já li de Leonardo Boff ele compreende sem problemas a linguagem como esta do livro do Êxodo e outras passagens, sem criar obstáculos a linguagem humana ao falar de Deus.

Nesse ponto, número 6, na citação que fiz do livro do Grisa além de falar em antropomorfismo ele acrescenta que o Criador do Universo é livre de “outras manifestações humanas”. Para nós cristãos Deus assumiu com muito amor o que ele mesmo criou. Nos criou humanos. Pois ele mesmo se encarnou entre nós na pessoa de seu filho Jesus Cristo. Então o Criadorcentro acaba caindo em contradição ao ser criador de algo, que não pudesse se comunicar e expressar por dele. E expressar como humano, não significa que ele não seja livre. O criador assumir a condição daquilo que ele mesmo criou não significa falta de liberdade em relação a humanidade. Aqui inúmeros outros questionamentos podemos fazer. Mas creio por hora não ser necessário.

7) Revolta
Grisa fala em revolta quanto a figura de Deus apresentado pelas religiões para ele, principalmente na catequese católica quando criança e adolescência. Isto para mim não é motivo para buscar outra espiritualidade. Há grandes Gênios católicos, tanto na filosofia quanto na teologia, que não abandonaram a fé por isso. Quanto a isto vale a reflexão de São Paulo Apostolo: Em 1 Coríntios 13.11, “quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino”.

8) Seminário
Pequena explicação e Comentário
Alega também que entrou para o seminário para ver se alguém respondia a algumas indagações suas sobre Deus. Sem querer julgar e respeitando da sua decisão, o ser padre para nós é muito mais uma vocação. E todos vocacionados mesmo na sua dúvida em relação a alguma indagação de fé não faz disso um meio para deixar a vida a vida religiosa, estas dúvidas uma vez equacionadas e os levam ao amadurecimento vocacional quando este tem vocação ao sacerdócio.

Comentário sobre Revolta e Seminário
Sobre sua Revolta (nº7) e Seminário (nº8) que não encontrou uma explicação, nem nas religiões por onde passou não encontrou a resposta que o levasse a uma vida de espiritualidade ou religiosa. Ele sanou sua dúvida no estudo que fez e concluiu do CRIADORCENTRO & A NOVA ESPIRITUALIDADE, diz: “Eureca! Entendi! O Criador do Universo é o Sol da Espiritualidade! Está identificado o Criadorcentro”! (GRISA, p. 199). E repete: “Finalmente o mistério se desfaz! Está identificado o Criadorcentro, no Universo da Espiritualidade”! (GRISA, p. 199). Ao sanar suas dúvidas, como citei nas frases anteriores faz as suas exclamações. Está muito contente!

“E, como se fizesse as pazes comigo mesmo e com o Deus da minha infância, adolescência e juventude, clamo – Jamais voltarei a questioná-lo, Criador do Universo, da Vida, do Ser Humano e da Mente Humana”! (GRISA, p. 200). Finaliza o capitulo VIII, com esta frase ao exclamar: “Sinto-me nascer em plenitude, integrando todo, estando no sempre e partilhando do tudo! Viva a vida!! (GRISA, p. 200).

Finalizo o comentário dos dois pontos anteriores (Nº 7 e 8) com uma parte do comentário que fiz quanto ao ponto número 6: Se o povo fosse esperar uma compreensão bem tardia, que surge sobre Deus, por exemplo do Heliocentrismo, como Ser Supremo, como Criador ou Criadorcentro, a humanidade estaria esperando praticamente até a da Idade Moderna, que tem seu recorte inicial em 1453, porém a teoria do Heliocentrismo no XVI e XVII com Nicolau Copérnico e Galileu Galilei. Mais exatamente sem compreendê-lo até este século, em 2014 data da primeira edição do livro referido aqui neste artigo. Obra recente. E sem falar que a fé Cristã sobreviveu e sobrevive sem esta compreensão exata de Criadorcentro.

E digo ainda esta compreensão de fé do Grisa por mais racional que seja e elaborada, com elementos da ciência, quando fala de astros, estrela, planetas, é uma experiencia de fé subjetiva, de quem tem conhecimentos acadêmicos. Própria dele. Que não condeno. A maioria do povo não tem esses conhecimentos para chegar a Deus. Se precisar desse conhecimento para chegar a Deus, milhões de pessoas estão lascadas. Sua compreensão religiosa reflete claramente na sua compreensão de parapsicologia, o que não leva a abordar os fenômenos dito Psi-Theta por um lado e nem os Supranormais (Sobrenaturais) por outro, por ter sua convicção religiosa, desconsidera os fenômenos Supranormais, que tem uma explicação muito consistente de estudo e pesquisa científicas.

9) Leis
Grisa tem uma proposta parapsicológica diferente de outras escolas de parapsicologia, destacando mais a psicoterapia parapsicológica que o estudo da fenomenologia. Nota 10 para seu método psicoterapêutico. Método excelente! Deixando um pouco o método de lado e vendo sua parapsicologia num todo, acaba tudo quer justificar encima de leis que são estabelecidas pelo Criador e estão na natureza. E a compreensão de Criador (Deus) tem que vir de encontro essas leis e não pode ser contrário a nenhumas, como se Deus tivesse que ficar preso enquanto Criador as coisas que ele mesmo criou. Tenho um artigo publicado no Site Emana & Parapsicologia que tento esclarecer isso: FENÔMENOS SUPRANORMAIS (SOBRENATURAIS) – NÚMERO 2.

10) Jesus
Para nós cristãos Jesus é Deus. Segunda pessoa da Santíssima Trindade. É a encarnação de Deus feito homem. É Deus! Vejo que o Dr. Pedro Antônio Grisa não apresenta Jesus enquanto tal. Respeito sua maneira de pensar. Ele quando cita Jesus através das passagens do Evangelho, toma aquelas partes que servem para justificar suas teses de acordo com a sua compreensão de Jesus, dizendo Jesus de Nazaré. Em alguns escritos como quando Jesus conta uma parábola onde ele fala de um homem semeou boa semente no seu campo. Depois veio um inimigo dele a noite e semeou joio no meio do trigo (Mt 13,24-30). Grisa cita esta passagem bíblica de outro modo ligando “Terreno Mental – Jesus de Nazaré avisa: ‘O coração humano é semelhante a um campo.’ E alerta que, neste campo, crescem trigo e espinhos (GRISA, p. 241). Outras passagens do Evangelho como: “Reino de Deus está entre vós”. “Vai tua fé curou”. Expressões estas que justificam por exemplo, como a primeira que o subconsciente é um terreno onde tudo que é semeado ele aceita: coisas boas e ruins. E algumas outras passagens bíblicas como se as palavras de Jesus fosse uma sabedoria de grandes sábios, filósofos ou profetas sem levar em conta sua divindade. Além do mais muitas passagens bíblicas e compreensão delas totalmente em desencontro com a exegese bíblica atual. Ele justifica que aprendeu muito dos teólogos protestantes da Ciência Cristã americana. Também com todo o respeito a Ciência Cristã, os grandes exegetas bíblicos evangélicos não vêm deles. E alguns que eles citam vem mais da corrente do chamado pensamento positivo.

Conclusão
Sem querer desmerecer nenhuma corrente de parapsicologia, mas o meu objetivo foi mostrar que todas as escolas de parapsicologia têm muitas vezes abordagem diferentes em relação a fenomenologia paranormal (parapsicológica). E todas elas no tocante aos Fenômenos considerados Psi-Theta ou Supranormal ou fazem abordagem ou não. Quanto a última abordagem principalmente, não existe uma neutralidade religiosa. Para ser franco em nada na vida praticamente temos neutralidade. Mas no meio científico e acadêmico criou-se o mito da neutralidade cientifica.

Veja no Site Emana & Parapsicologia o artigo: PARAPSICOLOGIA É CIÊNCIA NA VISÃO DE TRÊS CORRENTES DE PARAPSICOLOGIA. Lendo verá que todas as correntes de parapsicologia tentam expor suas teses, conceitos evocando a Ciência e muitas vezes o mito da neutralidade científica. É claro que a ciência tem o seu imenso valor e a parapsicologia é uma ciência. Porém, não podemos negar que há pontos da fenomenologia que os recursos da parapsicologia como toda ciência, tem uma limitação para compreender, principalmente esta última classificação que para as correntes espíritas e espiritualistas: Psi-Theta, para as correntes como a do Pe. Quevedo e Escolas Teóricas Europeia de Parapsicologia Supranormais.

Os estudos e pesquisas, que são feitas pelos que estudam os Fenômenos Supranormais (Sobrenaturais) dando exemplos abundantes, explicação bem contundentes, mostrando que esgotados a explicação cientifica mais convencional, temos que procurar entender certos fenômenos de maior complexidade e darmos uma explicação com pesquisa e estudo mais rigoroso tecnicamente. Esse deve ser o papel da parapsicologia segundo eles. É ter a coragem de olhar para uma realidade que nós herdeiros de uma mentalidade racionalista temos dificuldade de olhar que são os milagres. Como vivem as pessoas que passaram por estas experiências que foram milagres…! Só que os seus opositores não levam em conta este estudo, por abordar temas vivenciados pela religião católica principalmente os vê com desconfiança, levando só para o lado religioso, até mesmo sem conhecê-los.

No passado quando se estudei metodologia do trabalho cientifico, mesmo com esta expressão, se entendia que existem quatro formas de conhecimento diferentes: Senso Comum, Filosófico, Científico e Teológico (religioso). Mesmo com todo avanço científico, indiscutível, inegável, as pessoas mais simples, que aprende a partir do Senso Comum resolve muitos problemas de suas vidas por esta via. Até mesmo construindo uma casa onde muitas vezes não tem assistência alguma da engenharia num alto de morro que olhando de primeira vista diremos vai cair. E a casa permanece ali anos e mais anos.

A grande maioria do povo, gente simples vive sua fé a seu modo, da forma como consegue compreender e é isto que sustenta seu caminhar apesar das dificuldades que passam.

Algo de bom é que pelo menos tendo abordagem diferentes no quesito religioso, em alguns campos como da parapsicologia isto vem superar aquela visão racionalista, iluminista, que coloca o elemento religioso como atraso em conflito com a ciência. Outros pontos e são muitos que para não estender mais o texto deixei de comentar aqui. O Grisa diz que com o seu estudo surge a chegada de um novo homem chamado de “Homopangrisiaenensis”! (GRISA, p. 210) Numa outra oportunidade talvez volte a este ponto. Mais um ponto seria interessante numa outra oportunidade analisar, ele disse que se programava para viver 120 anos, até mais: “Costumo afirmar que irei viver ao menos cento e vinte anos, podendo alcançar 150,180 ou mais, se eu conseguir mais amigos de jornada”. (GRISA, p. 204).

Assim posso concluir mesmo não analisando muitos outros pontos que ainda falta da obra de Dr. Grisa, sobre CRIADORCENTRO & A NOVA ESPIRITUALIDADE, que respeito sua visão, mas neste campo, que envolve outra dimensão ainda não conhecida por nenhum de nós, por mais criterioso que seja nosso estudo, estamos mexendo com algo que vai muito além de qualquer conhecimento e compreensão e que os vários conhecimentos religiosos, principalmente milenares tem que ser levado em conta. E no fundo a palavra final para aceitação e compreensão da Fenomenologia Supranormal acaba, com todo respeito que merece os estudos dos parapsicológicos, sendo a fé.

Gostaria que houvesse uma só compreensão comum de todos sobre a realidade em relação a transcendência. E todos que apresenta seus estudos o faz como sendo o seu o certo. Seria bom se houvesse uma objetividade única que convencesse a todos. Mas com certeza apesar de nossas diferenças de compreensão de Deus, ele não deixa de se revelar a cada dia, ainda que fechemos nosso coração a certas compreensões. Que as Interpretações diferentes das escolas de parapsicologia possam não nos dogmatizar e nem nos fazer cair em ortodoxia, mas pelo menos compreender que somo bem pequenos, que nosso conhecimento por maior que seja é muito pequeno diante da grandeza do Criador do Universo e da vida que é Deus, ser este Infinito, Supremo, Onipresente, Onipotente e Onisciente.

Pe. Emanuel Cordeiro Costa
Parapsicólogo Clinico
ABPSIG – Registro 409

Referências Bibliográficas
FRIDERICHS, Edvino Augusto. Panorama da Parapsicologia ao Alcance de Todos. 5ª edição. Edições Loyola, São Paulo – SP. 1997.
GRISA, Pedro A. CRIADORCENTRO & A NOVA ESPIRITUALIDADE. 1ª edição, Florianópolis: EDIPAPPI, 2014.
_______. Paranormalidade – um potencial mental. 7ª edição, Florianópolis: EDIPAPPI/LIPAPPI, 1990.
FILHO, Pe. Raimundo Elias. Mistérios do Aquém e do Além à Luz da Parapsicologia. 2ª edição, Editora Paulus, São Paulo – SP, 2003.