CATEQUESE E LITURGIA – 4. NA IGREJA PRIMITIVA: INTERAÇÃO ENTRE FÉ E VIDA

A Igreja primitiva nasce do judaísmo. No inicio não há muitas diferenças entre a sinagoga e a Igreja cristã. Porém, com o passar do tempo, as tradições vão se distanciando de maneira progressiva. O cristianismo herda alguns elementos do judaísmo, por exemplo: os modos de celebrar, fazer memória, celebrar a Páscoa (agora de Jesus), entre outros.

A Igreja primitiva, acolhendo o mandato de Jesus, começa a batizar em nome da Trindade, a reunir-se nas casas no primeiro dia da semana, a celebrar a Páscoa do Senhor e a partilhar o pão – ainda quando não havia fórmulas litúrgicas constituídas.

A partir do ano 70 d.C., com a destruição do templo em Jerusalém, os cristãos vão elaborando o jeito próprio de celebrar a Eucaristia. O querigma pascal dá origem à comunidade de fé, resultado da experiência com Jesus ressuscitado, do qual os discípulos dão testemunho, convidando outros a participar da mesma experiência. O conteúdo central desse primeiro anúncio querigmático consiste na vida de Jesus de Nazaré, em sua pessoa, mensagem e missão, sobretudo na sua paixão, cruz, morte e ressurreição. O próprio Jesus envia seus discípulos para o anuncio e a celebração em sua memória: “Portanto, vão e façam que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês (Mt 28,19s).

No relato do livro dos Atos dos Apóstolos, vemos que as primeiras comunidades cristãs procuravam viver autenticamente a interação entre fé e vida, que incluía o interesse e a preocupação pela realização e bem-estar alheio, bem como a perseverança na escuta dos ensinamentos dos apóstolos, no relacionamento fraterno, no partir do pão e nas orações (At 2,42.46-47).

Pe. Humberto Robson de Carvalho
Folheto litúrgico “O Domingo” de 21-04-2024 – nº 21 – ano 92 – remessa III – pagina 4