Procura-se um homem com trinta e três anos, pele clara, expressão triste, cabelos longos, barba maltratada, marcas sanguinolentas nas mãos e nos pés.
Caminha habitualmente acompanhado de mendigos, vagabundos, doentes, mutilados, cegos e infelizes.
Onde aparece, frequentemente é visto entre grande séquito de mulheres, sendo algumas de má vida, com crianças esfarrapadas.
Quase sempre é seguido por doze pescadores e marginais.
Demonstra respeito pelas autoridades, determinando que se dê a César o que é de César, mas espalha ensinamentos contrários à Lei antiga, como o perdão das ofensas e o amor aos inimigos.
Ensina a oração em favor daqueles que nos perseguem ou caluniam; a distribuição indiscriminada de dádivas aos necessitados; o amparo aos enfermos, sejam eles quais forem; e chega ao cúmulo de recomendar que uma pessoa espancada numa face ofereça a outra ao agressor.
Ainda não se sabe se é um mágico, mas testemunhas idôneas afirmam que ele multiplicou cinco pães e dois peixes em alimentação para mais de cinco mil pessoas, tendo sobrado doze cestos.
Considerado impostor por haver trazido pessoas mortas à vida, foi preso e espancado.
Sentenciado à morte, com absoluta aprovação do próprio povo que o condenou e absolveu Barrabás, malfeitor conhecido, recebeu insultos na cruz pelas costas.
Não se ofendeu, quando questionado pela Justiça, complicando sua situação, porque seus próprios seguidores o abandonaram nas horas difíceis.
Sob afrontas e zombarias, foi crucificado entre dois ladrões. Não teve parentes que lhe demonstrassem solidariedade, a não ser sua mãe, uma frágil mulher que chorava aos pés da cruz.
Depois de morto, não se encontrou lugar para sepultá-lo, senão lodoso recanto de um túmulo, por favor de um amigo.
Após o terceiro dia do sepultamento, desapareceu do sepulcro e foi visto por diversas pessoas que o identificaram pelas chagas sangrentas dos pés e das mãos.
Esse é o homem que está sendo cuidadosamente procurado. Seu nome é JESUS DE NAZARÉ. Se conseguir encontrá-lo, deve segui-lo para sempre.