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“Antes causar inveja que dó”

01 de março de 2020   .    Padre Emanuel Artigos
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(Texto de Pe. Emanuel Cordeiro Costa com Certificado de Registro de Averbação na Fundação Biblioteca Nacional – EDA – Nº 548.224 – livro 1044 – folha 47)

Mais uma frase sobre a inveja. Formulada como está, pretende dar a entender que a inveja é boa. Que é um sentimento bom. Ter dó no sentido de piedade e auto piedade também não é sentimento bom. Mas na formulação fica a velha ideia que um erro justifica o outro. Lamentavelmente muitos disseminam ditados e provérbios assim.

É inevitável no que fazemos diante dos outros não causarmos inveja. Temos pessoas que nos veem de todo o tipo e entre elas pessoas carentes e frágeis emocionalmente e disso não temos culpa. Porém, isso não nos autoriza causar inveja no outro. Quando falamos causar, soa como algo feito propositalmente de nossa parte. Dizer que é melhor causar inveja do que dó é querer ser admirado e invejado. É querer sentir superior.

Os dois sentimentos: de inveja, não devemos difundir e nem ensinar para ninguém, como o sentimento da piedade, de dó (vendo os outros como uns coitados) e auto piedade (querendo passar-nos por coitadinhos).

O sentimento de auto piedade (dó) querendo ganhar a atenção dos outros como um coitadinho ou coitadinha nos desumanizam e adoecem. Criar sentimento de inferioridade, da parte daqueles que gostam de coitadinhos cria-se uma imagem de superioridade e arrogância, sentindo pena dos outros, julgando-os indefesos e dependentes.

Os dois sentimentos (piedade e dó) são deseducativos. Há verdadeira educação nos leva ao crescimento pessoal e nos faz sermos solidários ajudando os outros crescerem, vendo que todos têm potencialidades e possibilidades de crescimento. Só assim veremos que todos têm dignidade e eleva-la nos fará sermos iguais e não superiores a ninguém. É entendermos que mesmo nas nossas diferenças devemos procurar crescer estabelecendo um relacionamento de igualdade onde nas diferenças não sentimos maiores e menores, mas com talentos diferentes, mas iguais em dignidade.

 

Artigo de: Pe. Emanuel Cordeiro Costa