(Texto de Pe. Emanuel Cordeiro Costa com Certificado de Registro de Averbação na Fundação Biblioteca Nacional – EDA – Nº 554230 – livro 1056– folha 178)
Normalmente uma pessoa bem forte puxando uma corda, e seu oponente, pessoa fraca fisicamente, puxando a corda em direção contrária, com certeza estará fazendo uma força tremenda, fora do seu normal para tentar vencer esta disputa. De repente o mais forte, propositalmente, solta a corda, o mais fraco cairá tendo uma queda muito grande indo de encontro ao chão. Ou se por acaso a corda arrebenta o resultado será o mesmo.
Mas a afirmativa: “a corda sempre arrebenta do lado mais fraco” nos diz muito mais que isso. Como exemplos, poderá nos dizer que:
– Vivemos numa sociedade desigual e está possui os que detêm o poder (fortes) e os que não detêm (fracos). E se você olhar bem para o nosso país verá tranquilamente exemplos claros onde os ricos e poderosos levam sempre vantagem em qualquer confronto com os pequenos.
– Nossa sociedade não respeita as pessoas por causa de sua condição social.
– Mesmo sabendo que os homens são iguais perante a lei, no dia a dia, a sociedade contraria está máxima.
– A sociedade em que vivemos é uma sociedade que leva em conta prestígio, privilégio e poder. Os que não possuem bens materiais caem na categoria dos fracos. A condição econômica fala mais alto. A condição social dos que não são letrados pesa. Olhando para o lado da sexualidade, raça, cor, levam algumas categorias e classes a serem vistas como inferiores e menores.
– Nas nossas relações interpessoais dentro de muitas famílias ainda vemos, dado a questão machista, a mulher na condição de sexo frágil.
– Aqueles que saem fora dos padrões normais da sociedade por alguma questão até de fragilidade emocional ou alguma doença, são vistos dentro de nossas famílias e demais segmentos sociais, como coitadinhos, bobos, sendo desconsiderados e rebentando sobre eles a corda da marginalização e discriminação.
Será que você tem consciência de tudo isso e percebe todas estas situações nas suas relações interpessoais? Qual a sua postura diante daqueles que você tem como os fracos? E diante daqueles que são tidos e tidas como pessoas de status, prestígio e poder? Existe em você o querer sentir maior que os demais? Você já viu pequeno com cabeça de grande? Pequeno que se julga poderoso e humilha os da sua própria condição?
Quando nosso cristianismo nos levará além de nossa vivência religiosa num templo, a darmos uma contribuição ainda que pequena na promoção humana, buscando construir uma sociedade mais igualitária? É claro que igualdade em direitos, mas levando em conta as diferenças individuais de cada um, aí vamos ver esta afirmativa: “A corda sempre arrebenta do lado mais fraco”, sendo deixada de lado, pois não teremos fortes e nem fracos, mas pessoas humanas e iguais em dignidade.
Artigo de: Pe. Emanuel Cordeiro Costa