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A Justiça

28 de fevereiro de 2020   .    Padre Emanuel Artigos
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(Texto de Pe. Emanuel Cordeiro Costa com Certificado de Registro de Averbação na Fundação Biblioteca Nacional – EDA – Nº 554.234 – livro 1056 – folha 182)

Gostaria de comentar e analisar neste artigo esta frase: “Justiça é como uma teia de aranha, os pequenos insetos ficam presos nela, os grandes a atravessam”.

A frase acima é de Honoré de Balzac, (que viveu entre os anos, 20 de maio de 1799 —18 de agosto de 1850), em Paris na França.

Gostaria de lançar para você internauta alguns questionamentos, para que tire as suas conclusões a respeito da frase de Honoré de Balzac.

Será que esta afirmativa acima se aplica ao mundo de hoje? Ou mais exatamente em nosso país, hoje? Antes, ao invés, talvez de se preocupar em responder a partir de algumas abstrações, a pergunta, olhe para sua experiência de vida em relação a Justiça, principalmente se você pertence à classe baixa da sociedade. Quando precisou da justiça como se sentiu?

Não sei se é o seu caso, mas a justiça brasileira possui uma linguagem técnica não acessível ao cidadão comum. Por isso é quase impossível o cidadão comum mexer com a justiça sem ter que recorrer a um advogado. E aí já vem outra coisa, o custo de um bom advogado que normalmente quem tem um poder aquisitivo pequeno não consegue pagar. A burocracia da justiça é outro entrave.

Você também deve se perguntar: quem faz as leis no pais? Em princípio a resposta é simples e direta: senadores, deputados e vereadores. Mas surge agora outras questões, dado que vivemos numa sociedade de classe. Aqueles que fazem a lei pertencem a que classe? Ou estão defendendo o interesse de qual classe ou categoria?

Afirmar: “todos os indivíduos são iguais perante a lei” é simples. Mas diante da justiça quem tem condições de pagar um bom advogado e quem não pode? Quem tem condições de fazer uma leitura de um código de leis não acessível pela sua linguagem a pessoa comum?

Voltemos outra vez mais diretamente a frase: “Justiça é como uma teia de aranha, os pequenos insetos ficam presos nela, os grandes a atravessam”.

Nas páginas de noticiários policiais de nossos jornais parece que só pobre, negro, prostitutas, é quem cometem crimes. Você já visitou algum presídio? Será que você viu algum grande inseto, ou seja, gente rica, bem abastada, da classe alta? Se por acaso viu, são exceções ou as cadeias estão cheias deles? Será que os grandes criminosos estão atrás das grades? Se der conta de responder as questões com uma visão um pouco objetiva, aí dirá se realmente a frase: “Justiça é como uma teia de aranha, os pequenos insetos ficam presos nela, os grandes a atravessam”, se aplica em nossa realidade de hoje? E se aplica, o que fazermos para mudar?

 

Artigo de: Pe. Emanuel Cordeiro Costa