(Texto de Pe. Emanuel Cordeiro Costa com Certificado de Registro de Averbação na Fundação Biblioteca Nacional – EDA – Nº 771.101 – livro 1.496 – folha 219)
8.1. Sobre a Psicografia.
Para a Escola de Parapsicologia ligada ao Pe. Oscar Quevedo, Psicografia,
“é a realização da escrita ou desenhos, em um estado alterado de consciência, podendo a pessoa, ao mesmo tempo estar ocupada mentalmente em outra leitura ou conversando.
Assim como há psicografia ou escrita automática, há também desenhos, (Pictografia), pintura, escultura, música e outras artes executadas totalmente inconscientes.
A psicografia, surge do inconsciente; senão é um truque em que a pessoa treina escrever rápido sem olhar para o papel, mas sabe o que escreve. O psicógrafo escreve sem saber o que escreve, automaticamente. Pode ter consciência que está escrevendo, mas não do que está escrevendo. (PSICOGRAFIA, Youtube, 16/11/17).
8.2. Fenômeno Psicológico.
Praticamente o único autor da escola de Parapsicologia ligado ao Quevedo, Benjamim Bossa, que coloca a Psicografia como Fenômeno Extranormais de Efeitos Psíquicos. Pe. Raimundo Elias Filho (da escola Quevedo), trata este assunto, colocando-o em seu livro (Mistério do Aquém e do Além à Luz da Parapsicologia) como diversos assunto de interesse geral. A Escola de Parapsicologia ligada ao Quevedo afirma que a Psicografia não é um Fenômeno Parapsicológico e sim Psicológico. Podendo expressar a pessoa que o manifesta alguns fenômenos parapsicológicos naquele momento.
8.3. O termo.
Psicografia vem de psiquê (mente, espírito) e grafo, grafein (escrever).
8.4. Automatismos do inconsciente.
Pe. Edvino, já falecido a bem tempo, da Escola de Parapsicologia ligada ao Quevedo dizia que a “psicografia nada mais é que automatismos do inconsciente. A pessoa entra na hipnose superficial ou média e começa a abandonar-se a seu subconsciente”. (FRIDERICHS, 1993, p. 39). E prossegue dizendo que “a mão começa a escrever automaticamente. Já por um condicionamento psíquico o lápis começa a deslizar rapidamente sobre o papel”. (FRIDERICHS, 1993, p. 39).
A pessoa num estado alterado, de semitranse, ou em estado alfa, tendo as mãos papel e caneta, inconscientemente começa a expressar movimentos musculares automáticos, rápidos, que refletem nos dedos, nas mãos, braços, começa a produzir, inicialmente letras ruins, disformes, pouco ou nada inteligível, desenhos toscos, malfeitos. Com o treino evolui até a escrita. A pessoa passa escrever bem rápido. Os psicógrafos através da escrita automática, revelam mensagens do inconsciente.
8.5. Sistema Grisa.
A Escola de Parapsicologia Cientifica e Independente – Sistema Grisa, não estuda este tema, porém as poucas e raras menções que faz o coloca, como coloca tudo que não é manifestação consciente, como manifestação do subconsciente.
8.6. IPPP – Valter da Rosa Borges. “Escola Espirita” de Parapsicologia.
No livro “A Mente Mágica”, Valter coloca a Psicografia como manifestação psigâmica. Portanto, Extra-Sensorial. Posição diferente da Escola de Quevedo. Mas em algumas coisas coincidindo com a explicações da Escola Quevedo, como por exemplo quando ele afirma: “psicografia é, fisiologicamente, a expressão de automatismo motor, desencadeado por um fator psicológico ou parapsicológico” (BORGES, 2015, p. 150). Admite ser psicológico, porém pode também ser parapsicológico. Para ele,
“o que vai determinar-lhe a causa é o conteúdo informacional da mensagem psicografada. Se o comunicado, como soe acontecer na quase totalidade dos casos, não ultrapassar o nível da capacidade intelectual, das aptidões e dos conhecimentos do psicografo, ela não passará de um fenômeno meramente psicológico”. (BORGES, 2015, p. 150).
No outro livro de Valter da Rosa Borges, que é “Manual de Parapsicologia”, Ele continua afirmando que a psicografia é uma manifestação psigâmica. E é apresentada quatro modalidades de psicografia que são: simples; automática ou mecânica; ambidestra e especular. Vai dizer que na psicografia simples é quando o “Agente Psi explicita a informação psigâmica, escrevendo em seu ritmo normal”. (BORGES, 1992, p. 100). Em relação a Psicografia automática ou mecânica diz que é “quando o Agente Psi passa a escrever com extrema velocidade, não conseguindo controlar os impulsos de sua mão”. (BORGES, 1992, p. 101). Fala que ela pode se dá em crianças de tenra idade e em pessoas iletradas. Quanto a Psicografia ambidestra diz:
“quando o Agente Psi psicografa simultaneamente com as duas mãos, produzindo mensagens distintas (às vezes em idiomas diferentes), enquanto conversa normalmente com outras pessoas ou ainda manifesta outra mensagem psigâmica por psicofonia. Trata-se de uma modalidade de psicografia automática ou mecânica”. (BORGES, 1992, p. 101).
Sobre a Psicografia especular fala que “é quando o Agente Psi psicografa uma mensagem psigâmica às avessas, sendo necessário contrapor o escrito a um espelho para se efetuar a sua leitura”. (BORGES, 1992, p. 101).
A partir da modalidade especular, começa a levar o psigâmica para o lado religioso do espiritismo. Principalmente ao falar de correspondência cruzada. Fala de uma psicografia coletiva e espetacular acontecido em 1901 e 1932. Envolvendo 12 psicografas, afirma que constituiu em ‘comunicações mediúnicas’ dadas pelos ‘Espíritos’ de Edmund Gurney (falecido em 1888), de Henry Sidgwick (falecido em 1900) e de Frederic Myers (falecido em 1901).
Veja como leva para o lado religioso ligado ao espiritismo:
“Frank Podmore procurou explicar a correspondência cruzada como um fenômeno telepático, dirigido pelo psiquismo inconsciente da Sra. Verral, a mais culta de todas as psicógrafas, consistindo numa colaboração psigâmica inconsciente e involuntária das pessoas que participavam dessa experiência.
O conteúdo informacional dessas ‘mensagens mediúnicas’ é extraordinariamente elevado e à altura da erudição humanista de Frederich Myers, o que levou alguns parapsicólogos a admitir que se tratava de um dos melhores indícios de sobrevivência post-mortem”. (BORGES, 1992, p. 101-102).
8.7. Divergência sobre o assunto
Pe. Edvino da Escola de Quevedo afirma ter desafiado, Chico Xavier (já falecido), quando psicografava, aceitar que fizesse um eletroencefalograma…. Diz que nunca aceitou. Propôs também uma psicografia cruzada, controlada pelos parapsicólogos da linha de Quevedo e este nunca aceitou. No livro de Pe. Edvino “Os Méritos da Parapsicologia no Campo Religioso”, dá mais detalhes sobre o assunto. Nele procura contrapor essas explicações da escola espirita mostrando que é um fato psicológico e do automatismo do inconsciente.
Há outros exemplos de psicografia que a “Escola Espirita” de Parapsicologia leva para a visão religiosa do espiritismo e que não mencionei aqui e a Escola de Parapsicologia de Quevedo contrapõe mostrando que é um fato psicológico e do automatismo do inconsciente.
Conclusão
Fazendo um estudo amplo do assunto, vejo também não se tratar de forças do além como preferem alguns, ao retratar a psicografia. A Paranormalidade enquanto tal tem normalmente suas explicações no natural. É claro que há coisas que extrapolam o natural, mas não vejo que esta seja uma delas. Mas a divergência na compreensão do fenômeno está aí. Que mesmo não vendo motivo para isso não deixo de reconhecer que a divergência existe.
Referências
PSICOGRAFIA, A Verdade Sobre. Youtube – ativo em 16/11/17
FRIDERICHS, Edvino Augusto. Os Méritos da Parapsicologia no Campo Religioso. Edições Loyola, São Paulo – SP. 1993.
FILHO, Pe. Raimundo Elias. Mistério do Aquém e do Além à Luz da Parapsicologia. 2ª edição, Editora Paulus, São Paulo – SP, 2003.
BORGES, Valter da Rosa. A mente Mágica. Edição do Autor, Recife, 2015, 248p.
____________. Manual de Parapsicologia. Cia. Editora de Pernambuco. 1992 data desta edição.
Autor: Pe. Emanuel Cordeiro Costa
– Parapsicólogo Clinico – SINPASC – 409.
Especialização – Lato Sensu em
Orientação Parapsicológica Social e Institucional
Pela FAVI – Faculdade Vicentina – Curitiba – PR.
– Psicoterapia Holística: Hipnose –
Terapeuta Holístico Credenciado – CRT 48326
– Paroquia São Pedro
Ipatinga – MG
Publicado em 12/12/17