Era uma vez homem que só via o mal em tudo o que os outros e ele mesmo fazia. Um dia, ele morreu, mas, quando chegou às portas do céu, um anjo informou-o de que precisava esperar algum tempo para se purificar, antes de ser autorizado a entrar.
O anjo o acompanhou a um lugar muito agradável onde já havia outras pessoas. Gostou do lugar e achou que não seria uma espera aborrecida.
Não tinha passado muito tempo quando reparou que tinha um companheiro que não largava do seu pé, e o seguia o tempo todo. Era um cara chatérrimo, egoísta, pessimista, mal-humorado, critiqueiro, mal-agradecido e que só se sentia bem quando estava mal.
O homem, não o suportando mais, foi a um anjo e implorou:
– Por favor, livre-me da companhia desse sujeito. Eu já não agüento mais…
O anjo, entre admirado e compadecido, respondeu:
– Não é nenhum companheiro. É apenas um sistema de miragem, que faz com que cada um veja e conviva com a pessoa que ele formou de si mesmo. Depende somente de você libertar-se dela. E quando se libertar, será autorizado a entrar no paraíso.
(Autor desconhecido)