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IX – Radiestesia

02 de março de 2020   .   
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(Texto de Pe. Emanuel Cordeiro Costa com Certificado de Registro de Averbação na Fundação Biblioteca Nacional – EDA – Nº 771.101 – livro 1.496 – folha 219)

9.1 O termo
A palavra Radiestesia é composta de dois termos: Radius, este vem do latim significando radiação. O outro termo é aisthesis, que vem do grego significando sensibilidade, ou seja, sensibilidade as radiações. A palavra Radiestesia foi criada em 1892, pelo Abade Boulyé.

9.2 A Radiestesia
Uma pequena noção do assunto. Podemos dizer que a radiestesia

“é a capacidade de captar radiações e energias obtidas por quaisquer objetos. Esta habilidade permitiria aos radiestesistas com o auxílio de pêndulos, varinhas, forquilhas e outros instrumentos, encontrar águas, minerais, corpos enterrados, objetos perdidos, ou mesmo diagnosticar doenças em determinado organismo”. (INCONSCIENTE, 18/11/17).

9.3 A radiestesia e radiônica
“Segue o princípio de que tudo o que existe e tem forma (vivo ou não), vibra em uma frequência própria, produzindo os mais variados tipos de radiação. Essa vibração pode ser irradiada a partir de um ponto especifico ou pode ser uma combinação de frequências de elementos que se interferem mutuamente. Nosso corpo, por exemplo, é formado por uma grande quantidade de átomos e moléculas representando vários elementos interativos”. (ASTROCENTRO, 18/11/17)

“De acordo com a radioestesia e radiônica as radiações energéticas nocivas ou benéficas passam sobre nossos corpos, e nos afetam da mesma forma que somos afetados pela radiação do sol, da lua, da Terra e como sabemos das outras pessoas, porque mesmo pensamentos criam energias que se irradiam através de nossos corpos”. (ASTROCENTRO, 18/11/17).

“A radiestesia consiste em sentir, captar e transmitir radiações de um objeto usando um pêndulo ou um aparelho para identificar e amplificar vibrações por meio dos movimentos. E a radiônica, muito utilizada no tratamento de doenças para reequilibrar o sistema energético, resume-se na capacidade de emitir e manipular radiações por meio de instrumentos elétricos, mecânicos e eletrônicos”. (AUSENFRONTEIRA, 23/11/17)

A palavra Radiônica virou sinônimo de emissão de energia a distância utilizando-se de um suporte material. Portanto, Radiônica é “Uma técnica vibracional que utiliza aparelhos eletroeletrônicos para gerar emissões de energia para um fim que se tenha em mente”. (NET, 23/11/17).

9.4 Radiestesia Terapêutica
É “o uso de pêndulos e gráficos para identificar o melhor tratamento natural para uma aplicação do corpo ou da mente, assim como aos métodos de proteção e limpeza energética”. (DHONELLA. 18/11/17).

9.5 Utilidade da Radiestesia
Seus defensores dizem que ela tem imensas utilidades. Entre elas descobrir que produtos podemos e devemos consumir. Descobrir os desequilíbrios enérgicos e erros…. Para curar. Tem utilidade de encontrar objetos ou pessoas perdidas. Utilizada também para adivinhação. Outras utilidades, na agricultura, escolha de terreno para construção de casas, na arqueologia, geologia, investigação policial, diagnóstico de enfermidades, etc.

9.6 Radiestesia: Ciência, magia e crenças.
Há um canal no YouTube que estabelece uma ligação da radiestesia com estas três coisas: Ciência, magia e crenças.

Ficando claro que mesmo muitos afirmando que ela é uma ciência, mas não é. Pelo menos do ponto de vista das ciências reconhecidas oficialmente. Mas não deixa de ser algo que se apresenta com critério, com uso de método. Neste sentido aproxima da ciência e utiliza da ciência. Não se trata também de coisa banal sem pé e cabeça. Muitas pessoas que trabalham com radiestesia costumam ter boa formação, incluindo engenheiros, médicos e outros pesquisadores.

Nesta relação de ciência, magia e crenças, não só o termo magia, mas também crenças, não são tomados de modo pejorativos.

Na magia entra em jogo toda manipulação de energia, buscando usar todas as formas de energia, da própria pessoa, da natureza ou qualquer outra fonte. E usa esta energia tendo objetivo, um proposito, uma intenção. Neste sentido a palavra magia tem seu sentido positivo e não pejorativo.

A radiestesia neste sentido, assim como de outro modo aproxima da ciência, aproxima também da magia.

Num aspecto a radiestesia se liga a crença. Pois passa a acreditar no poder os instrumentos usados, em certas atitudes tomadas, etc. Mesmo ela sendo autônoma em na sua forma de funcionamento. E no canal do youtube, dá vários exemplos que mostra esta relação ciência, magia e crença. Aqui não os coloquei pois é um trabalho de síntese.

9.7 A escola de parapsicologia de Pe. Quevedo
Inspirados em Pe. Oscar Quevedo, seus seguidores veem a radiestesia numa visão crítica, colocando como algo depreciativo e apenas um fenômeno psíquico. Benjamin Bossa, pelo que tenho conhecimento é o único seguidor da escola de Quevedo que coloca a radiestesia dentro da classificação dos fenômenos, como Fenômenos Parapsicológicos Extranormais de Efeitos Psíquicos. Mesmo incluindo dentro desta classificação, ele vê a radiestesia na mesma visão dos outros integrantes da escola.

Há um canal no YouTube que também mostra de maneira bem sintetizada o pensamento de Pe. Quevedo e seus seguidores. Mostra como definem e vêm a radiestesia:

“Radiestesia segundo seus defensores é a capacidade de captar radiações e energias obtidas por quaisquer objetos. Esta habilidade permitiria aos radiestesistas com o auxílio de pêndulos, varinhas, forquilhas e outros instrumentos, encontrar águas, minerais, corpos enterrados, objetos perdidos, ou mesmo diagnosticar doenças em determinado organismo. Os instrumentos de radiestesia são forquilhas de madeira ou metálicas, pêndulos, varetas ou em geral qualquer objeto que fique em equilíbrio estável quando segurado pela pessoa. Certos operadores trabalham por impregnação. Eles aplicam o pêndulo sobre algum objeto da pessoa que faz a consulta a distância. Este objeto estaria impregnado pelas emanações vitais do dono. Ou usado até em mapas para saber a localização de pessoas ou objetos”. (INCONSCIENTES, 18/11/17).

Os integrantes da escola de Quevedo afirmam que não tem fundamento a radiestesia,

“Inúmeras experiências foram realizadas nas últimas décadas para provar ou não a autenticidade da radiestesia e só se conseguiu provar que o sucesso da radiestesia está na margem de acerto de qualquer adivinhação. Portanto, sem fundamento algum. Uma prova incontestável é só colocar o pêndulo ou varinha num tripé ou pedestal fixo, sem ninguém segurando e verificar se mexe ou oscila. Conclusão, vai ficar totalmente imóvel. Ora se precisa de alguém segurando o instrumento é claro que os movimentos musculares mínimos e involuntários da pessoa são os responsáveis por tais resultados”. (INCONSCIENTES, 18/11/17).

Tentam explicar que se algo acontece na radiestesia, principalmente com o uso pêndulo se dá a partir da Hiperestesia, seja direta ou indireta. Tem vez que esta afirmativa é clara e tem vez que não é explicita, aparece subtendida como segue nos próximos parágrafos. Veja:

“A instabilidade facilita a manifestação de reflexos inconsciente que mesmo sendo fraco pode desequilibrar o instrumento. É na técnica que serve para manifestar sensivelmente que o psiquismo do adivinho foi atingido por uma percepção real ou imaginária.

Todo fato psíquico determina um reflexo. E esse reflexo se irradia por todo o corpo e cada uma de suas partes. Tais impulsos são enviados aos músculos através das vias nervosas e dos neurônios do córtex cuja atividade se acha associada a ideia motora imaginada.

Realizaram grandes números de experiências com ajuda de aparelhos que registravam automaticamente que o ritmo respiratório animava os movimentos do pêndulo.

Uma experiência simples é segurar o pêndulo o mais imóvel possível encima de um desenho de círculo e com os olhos acompanhar o círculo em volta no sentido horário ou anti-horário. Pouco tempo depois vai se surpreender com o pêndulo realizando o mesmo movimento. Provando assim o movimento muscular inconsciente. Apenas fechando os olhos e pensar no movimento circular já movimenta minimamente os músculos que movimenta o pêndulo”. (INCONSCIENTES, 18/11/17).

Os seguidores de Quevedo têm uma visão crítica e pejorativa sobre a radiestesia, prossegue, colocando-a como não cientifica. Comparando o radiestesista como adivinho. Superstição:

“Nenhum cientista hoje afirmaria que os aparelhos de radiestesia se movimentam pelo influxo de radiações seja esta natureza conhecida ou não. Também podem ocorrer alucinações. Certos buscadores de água do México dizem experimentar uma sensação tão de calor quando passam por cima de uma corrente subterrânea, outros tendem ver uma espécie de vapor que emanaria das fontes subterrâneas.

Os radiestesistas assim como qualquer adivinho, as vezes acertam, outras erram. Mas acobertam o erro com explicações esotéricas e convencendo os mais supersticiosos e inclusive enganando-se a si mesmos.

Muito mais perigoso que a perda de dinheiro e tempo é o risco de perder a vida e a saúde guiando-se pelos conselhos do pêndulo aplicados à medicina”. (INCONSCIENTES, 18/11/17).

Em relação aos acertos da radiestesia é visto da seguinte maneira:

“Os acertos da radiestesia podem ter as seguintes causas:
1) Coincidência ou acaso, dentro das estatísticas da margem de acertos.
2) Uma dedução logica, consciente, com base na experiência pratica da pessoa sobre o local.
3) Adivinhação parapsicologia, seja uma telepatia ou Hiperestesia Indireta do Pensamento de alguém que saiba a localização.
Cabe ressaltar que todo fenômeno parapsicológico é muito raro e não pode ser controlado”. (INCONSCIENTES, 18/11/17).

Desconsidera a radiestesia, principalmente como ciência e dizem:

“Em resumo, varinhas e pêndulos, não se movimentam pela ação direta de radiações, seja qual for sua natureza, nem pelo influxo de espíritos, minerais, aquíferos, entidades, etc. se o instrumento se movimenta, é porque a pessoa que o segura imprime uma ação muscular mínima, provocada por ideias ou percepções inconscientes”.

Não há fundamento cientifico algum na radiestesia.

Um mesmo doente receberá tantos diagnósticos diferentes quantos forem o número de radiestesista consultados”. (INCONSCIENTES, 18/11/17).

Para Benjamim Bossa, todo ser animado ou inanimado constitui um campo energético ao redor de si. Esta energia pode ser capitada através de instrumentos apropriados. Esse conjunto de instrumentos adotados denomina-se radiônica. Para os radiestesistas esta captação à ação ou influência direta destas radiações está sobre os instrumentos do radiestesista. Já Benjamim Bossa discorda desta posição, diz que ela seria verdadeira se não houvesse pessoas com esse instrumento. Pois há ação muscular inconsciente. Percepções através da hiperestesia e percepção extra-sensorial.

Podemos concluir que pela radiestesia o inconsciente é estimulado a dar respostas a problemas que previamente foram colocados. Revelam através de reflexos musculares o que está no inconsciente, dando respostas a perguntas pré-elaboradas. Podendo ser diferente de radiestesista para radiestesista. Trata-se de um fenômeno psíquico.

Somente numa matéria que foi publicada na revista de parapsicologia, nº 8, é que Quevedo, no artigo: “O Problema dos Curandeiros”, admite como um fenômeno parapsicólogo, de última categoria, de maneira totalmente depreciativa, como se segue:

“O radiestesista pode acertar, como inúmeras vezes pode errar, pelos inumeráveis fatores de erro do psiquismo inconsciente. A radiestesia não é um fenômeno orgânico, fixo, comum, mas um fenômeno parapsicológico, irregular, incomum, uma de tantas técnicas ou mancias, ‘a gosto do consumidor’, para a manifestação dos conhecimentos e adivinhações, erros, invenções ou associações do inconsciente, como a psicografia, ‘oui-já”, movimento do copo ou da mesa, projeção alucinatória na bola de cristal ou cristalomancia, oniromancia, etc.” (QUEVEDO, nº 8, p. 4)

Conclusão
A radiestesia está aí. Sendo ou não ciência, verdadeira ou falsa, sendo magia, ocultismo, superstição, pseudociência, e tantos outros adjetivos, especialmente depreciativos, ela está aí. Com seus profissionais e pessoas que os consultam. Há pesquisadores e profissionais nesta área que são graduados como engenheiros e médicos. E quem os procuram também normalmente tem uma certa formação.

Pelo que pesquisei e estudei até aqui, não dá para afirmar que é uma ciência do ponto de vista oficial. Mas traz alguns elementos de experimentação, método típico das ciências oficiais. Coloca-la como Fenômeno Parapsicológico também no sentido exato e rigoroso não é. Pelo que já foi visto até mesmo pela crítica da escola de parapsicologia de Quevedo. (Fenômeno parapsicológico, irregular, incomum…)

Os que defendem a radiestesia tem os seus argumentos. Os que a criticam idem. Só que argumentos contrários.

Na ótica de cada um que defende a radiestesia como ciência, com os argumentos apresentados traz uma elaborada explicação com certa logicidade. Os críticos também. Mas cada um vê a radiestesia, como qualquer outro assunto a partir de sua ótica, do seu ponto de vista. Tanto quem defende e quem não defende. Como por exemplo a escola de Parapsicologia de Pe. Oscar Quevedo, por ter um estudo bem elaborado e desenvolvido sobre os Fenômenos Parapsicológicos, percebe que o que se passa com o radiestesista, e o instrumento por ele usado estaria sobre a observação de fatores que os faz negar o efeito da radiação pura e simplesmente do ambiente sobre o instrumento. Os fatores se referem a ação muscular inconsciente, manifestação de reflexos inconsciente, que para a escola de Pe. Quevedo são Fenômenos Extranormais de Conhecimento como Hiperestesia, tanto direta como Indireta e Fenômenos de Percepção Extra-Sensorial que ocorre quando se usa a radiestesia. Quem não conhece esse estudo da escola, não parte desses conhecimentos, desses princípios, tendo outra visão. Nesse ponto, olhando desta forma nota dez à escola de parapsicologia do Quevedo. Mas daí ela radicaliza depreciando muito a temática e não aceitando nada de novo que venha desse campo. Radicalizando-se. Fixando-se num conhecimento sem mudança. Sem falar que os estudos mais desenvolvidos por Quevedo, especialmente sobre a radiestesia, parece que se deu, ao que tudo indica início da década de 1970. E repetem o mesmo discurso hoje sem nada de novo. Esse radicalismo se dá nas outras áreas, lembro quando fiz com Quevedo, em janeiro de 2006, em São Paulo, o Curso de Parapsicologia e Religião, Quevedo tinha um caminhão de argumentos contra acupuntura, colocando-a como pseudociência, totalmente desprezável, e a pessoa que precisasse de tratar deveria buscar os recursos na medicina e psicologia e não na acupuntura. Numa total postura radical colocava o assunto desta forma. Poucos dias depois a acupuntura tornou-se uma especialidade médica, podendo a pessoa beneficiar da mesma nas clinicas e hospitais sendo aplicada pelos médicos.

Mesmo havendo todas estas possibilidades elencadas pela escola de parapsicologia de Quevedo, será que outras fontes de energias não devam ser bem estudas e quais suas influências sobre o ser humano? É claro manter esta posição se abrindo alguma nova possibilidade para estuda-la melhor sem a barreira do preconceito significa abertura cientifica. Mesmo tendo como base certos princípios pré-estabelecidos que não deixa de ser necessário.

Mas por hora, não temos um reconhecimento cientifico. Um posicionamento do mundo cientifico a respeito da radiestesia. Mesmo ela estando hoje muito difusa. Portanto, mesmo a pessoa recorrendo a esta, é bom ser um pouco mais prudente antes de segui-la ao pé da letra.

Referências
NET, Introdução a Radiestesia. Ativo em 20/11/17
NET, Introdução a Radiônica. Ativo em 23/11/17
INCONSCIENTES, Movimentos Musculares Mínimos, Radiestesia. Ativo em 18/11/17
ASTROCENTRO. O que é radiestesia e radiônica? Ativo em 18/11/17
DHONELLA. Radiestesia Terapêutica: o que é e como funciona. Ativo em 18/11/17
CIÊNCIA, Paranormal versus. A Radiestesia. Ativo em 20/11/17
CRENÇAS, Radiestesia: ciência, magia e. Canal youtube. Ativo em 23/11/17
AUSENFRONTEIRA. O que é radiestesia e radiônica? Ativo em 23/11/17.
BOSSA, Benjamim. Parapsicologia – O poder da mente e os mistérios da vida. 3ª edição. Edições Loyola, São Paulo – SP, 1997.
QUEVEDO, Revista de Parapsicologia do Centro Latino-Americano de Parapsicologia (CLAP), O Problema dos Curandeiros, nº 8, páginas 4-13, São Paulo.

Autor: Pe. Emanuel Cordeiro Costa
– Parapsicólogo Clinico – SINPASC – 409.
Especialização – Lato Sensu em
Orientação Parapsicológica Social e Institucional
Pela FAVI – Faculdade Vicentina – Curitiba – PR.
– Psicoterapia Holística: Hipnose –
Terapeuta Holístico Credenciado – CRT 48326
– Paroquia São Pedro
Ipatinga – MG –
Publicado em 12/12/2017

 

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