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A profecia de Dom Pedro Casaldaliga: “na Igreja, conjugar Pedro e Francisco”

10 de agosto de 2020   .   
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Vatican News homenageia o bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia (MT) no dia de seu aniversário repropondo sua declaração profética de 1995 na Praça São Pedro.
Cristiane Murray – Cidade do Vaticano

No dia de seu 90º aniversário, 16 de fevereiro, Vatican News propõe uma declaração de Dom Pedro Casaldaliga feita há 23 anos, na Praça São Pedro.

Bispo ordenado em 1971 para a Prelazia de São Félix do Araguaia (MT), Dom Pedro decidiu não usar mitra e nem báculo, afirmou sua opção pelos pobres, a defesa dos povos indígenas e o compromisso com os lavradores e sem terra. Assim lemos a sua explicação, como consta em seu diário e no convite-lembrança de sua ordenação:

“Tua mitra será um chapéu de palha sertanejo; o sol e o luar; a chuva e o sereno; o olhar dos pobres com quem caminhas e o olhar gloriosos de Cristo, o Senhor. Teu báculo será a verdade do Evangelho e a confiança do teu povo em ti. Teu anel será a fidelidade à Nova Aliança do Deus Libertador e ao povo desta terra. Não terás outro escudo senão a força da Esperança e a Liberdade dos filhos de Deus, nem usarás outra luva que o serviço do Amor”

Ouça aqui Dom Pedro Casaldaliga:

“Um dos maiores problemas que a Igreja tem hoje, juntamente com a colegialidade real, é a inculturação: o anúncio do Evangelho nas diferentes culturas e evidentemente, sobretudo, nas culturas periféricas da América Latina, Ásia e África”.

“Na América Latina tivemos a grande vantagem de um Medellin, Pueblo e Santo Domingo… e no Brasil, muito concretamente, de uma presidência da Conferência Episcopal, muito lúcida e comprometida, que tem possibilitado esta inculturação, esta encarnação”.

“Também devemos lembrar o seguinte: nós estamos em Igrejas novas. Eu praticamente comecei do nada… e deu para formar um grupo homogêneo de agentes de pastoral numa linha só, dentro do espírito de Medellin. Eu cheguei lá em 1968, no mesmo ano de Medellin, amparado pela Conferência Episcopal do Brasil. Tivemos a vantagem também de partirmos para a evangelização, formação de comunidades… entramos nas pastorais específicas. Logo se criou a Comissão Pastoral da Terra, antes o CIMI, Conselho Indigenista Missionário”.

“Eu digo muitas vezes que é mais difícil ser atual na Europa do que no Terceiro Mundo e que a Igreja deveria ser mais revolucionária no Primeiro Mundo do que no Terceiro, porque lá, basta ter um mínimo de sensibilidade para você optar pelos pobres. Basta ter sensibilidade para ser chamado pelas diferentes culturas. Aqui na Europa, o peso da tradição… e estas pedras todas… estas estruturas…”.

“Quando venho a Roma, eu digo que é para visitar Pedro, mas para visitar Francisco também. Penso que a Igreja deveria conjugar Pedro e Francisco: a firmeza na fé, o testemunho dos mártires…”.

O vídeo da entrevista é uma publicação da Verbo Filmes

Fonte: Vatican News

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