Seja Bem-vindo, 21 de novembro de 2024

Seja Bem-vindo
21 de novembro de 2024

Psicofonia – Número 1 – Duas visões diferentes dentro da mesma escola de parapsicologia

08 de junho de 2022   .   
Compartilhe

Introdução
O Sistema Grisa praticamente não aborda esse tema e com certeza abordando, sabemos pela própria linha que conduz o estudo do sistema, este fenômeno será atribuído ao subconsciente como aquele que produz a psicofonia. Segundo alguns, pela Doutrina Espírita este fenômeno é mediúnico no qual um espírito se comunica através da voz de um médium. Para o parapsicólogo Pe. Quevedo (falecido), é graça a força da telergia. Mesmo a telergia sendo força física não descarta a condução pela mente humana já que somos um todo. Porém, outro integrante da escola de parapsicologia de Pe. Quevedo que é Francisco Gavilán, a força que leva a psicofonia é inconsciente com ajuda de Fenômenos Extranormais de Conhecimento como a Pantominésia. Considera que a telergia explica mais alguns casos especiais e não a maioria dos casos de psicofonia. Mesmo com esta divergência fica claro para a escola de parapsicologia de Pe. Quevedo que o fenômeno é natural produzido pela mente humana e não por forças do além, de outro mundo. Portanto, para as escolas de parapsicologia não ligadas ao espiritismo, fica claro que quem produz essas vozes é a mente humana. O ser humano.

Psicofonia vem do grego. Psyké = alma e Phoné = som, voz.

Iª parte
1.1 Estudo da psicofonia pela escola de parapsicologia de Pe. Quevedo
Tomando como referência os estudos da Escola de parapsicologia de Pe. Quevedo, este estudo sobre psicofonia foi desenvolvido, ao que tudo indica, por esta escola, possivelmente final da década de 60, e um desenvolvimento maior entre as décadas de 70 e 80. Veja que fala em gravação em fita K7, áudio e VHS áudio e imagem.

“Entre todas as pretendidas Psicofonias fizeram-se famosas as gravações em fita virgem, feitas num gravador, de vozes humanas, ruídos e músicas…, ‘sem que ninguém as produzisse’”. (OEPNET, QUEVEDO).

O texto da referência, Pe. Quevedo detecta o porquê do estudo muito intenso nas décadas que referi anteriormente:
“A mania atual das Psicofonias começou quando Jurgueson, que ficou famosíssimo, acreditou haver captado vozes de sua falecida mãe. Logo após de Jurgueson e sua propaganda espírita, Bayless e Sealey conseguiram algumas ‘gravações paranormais’ que não foram cientificamente analisadas”. (OEPNET, QUEVEDO).

Pe. Quevedo lembra que a manifestação da psicofonia não é uma coisa misteriosa vinda de outro mundo, mas vem da Telergia

1.2. Gênese da Psicofonia
A gênese “científica”, destas Psicofonias, entre aspas segundo Pe. Quevedo:
“começou oficialmente na pequena localidade de Molnbo, perto de Estocolmo, no dia 12 de junho de 1959. Meses depois, em 19 de outubro do mesmo ano, o espírita sueco Dr. Konstantin Raudive pôs-se em comunicação com Jurgenson e, desde então, começou a produção e estudo sistemáticos das Psicofonias, multiplicando-se cada vez mais os… ‘entusiastas’ e a propaganda, com a nada científica interpretação típica do Espiritismo”. (OEPNET, QUEVEDO).

IIª parte
2.1. Entusiastas e propagandistas
Os entusiastas e propagandistas desta interpretação fazem seus trabalhos em microfone, com um díodo, uma câmara de Faraday e outras inovações. Em meio a esses produtores e investigadores espíritas, alguns foram destaques sobressaindo como divulgadores, verdadeiros “especialistas”. “surgiu a epidemia de fanáticos com sua pretendida Transcomunicação Instrumental (TCI)”. (OEPNET, QUEVEDO).

A Psicofonia é chamada Voz Direta no Espiritismo. Considerando-se como houvesse vozes do espírito. Assim essas vozes falam para as pessoas ou se ouvem através de aparelho de gravação. Em se tratando de música aparece outras explicações as mais contraditórias como se fosse toda uma orquestra de Espíritos do Além tocando instrumentos. Pe. Quevedo lança a questão: “periespiriticos (?). (Perispírito também dos instrumentos que não têm espírito!)”. (OEPNET, QUEVEDO).

2.2. Explicações normais e truques
Explicações normais dadas pelos parapsicólogos: “Os Parapsicólogos encontraram muitas explicações inclusive normais em muitos casos: defeito na fabricação da fita, barulhos por manipulação do gravador, sons não ouvidos conscientemente pelos presentes, mas captados e depois ampliados pelo gravador, etc. Além de muitos e muitos truques”. (OEPNET, QUEVEDO).

2.3. Explicação parapsicológica
A escola de parapsicologia de Pe. Quevedo em relação a explicação parapsicológica do fenômeno de Psicofonia diz que a Psicofonia propriamente dita, ou realmente parapsicológica:

“é por Telergia. Qualquer toque telérgico em determinado ponto do gravador, e este se converte numa espécie de rádio, e as vozes, músicas, etc. são gravadas pelo próprio gravador. Até que seria curioso que o fanático que passa horas, durante dias, messes e anos querendo realizar TCI, não conseguisse alguma vez esse toque telérgico… Há também uma manifestação metanoica ou fonação subsônica, espécie de ventriloquia inconsciente”. (OEPNET, QUEVEDO).

Prossegue na explicação da Psicofonia. Ressaltando as Psicofonias sem instrumentos,

“ouvidas no ar simplesmente, a explicação em situação Parapsicológica é também a Telergia, que faz vibrar o ar em forma de voz, música, sussurros, etc. Ou inclusive com uma ‘laringe’ de Ectoplasma mais ou menos ténue. Ou mais densa…: os Fantasmas falam”. (OEPNET, QUEVEDO).

IIIª parte
3.1. Crítica a Escola Norte-Americana pelo Pe. Quevedo
“A Psicofonia é mais um de tantos Fenômenos Parapsicológicos relativamente frequentes, cuja existência a Microparapsicologia Norte Americana nega ou em último caso a atribui erradamente à inexistente Psi-Kappa (PK). Mas jamais se obtêm Psicofonias propriamente dita em recintos absolutamente fechados a toda onda sonora, elétrica, etc., nem a origem do som é a mais de cinquenta metros de distância do Psíquico, como determina o Desafio”. (OEPNET, QUEVEDO).

3.2. Explicação Natural
Francisco Gavilán nos chama a atenção que os fenômenos parapsicológicos tem uma explicação natural. Em raríssimas exceções não, pois existem os Fenômenos Supranormais (Sobrenaturais), não sendo o caso da Psicofonia.

“Acreditamos, contudo, que na investigação desta fenomenologia, subestimaram-se, para não dizer que foram totalmente esquecidas, as grandes possibilidades de nossa atividade inconsciente. Não devemos esquecer que os fenômenos parapsicológicos são fundamentalmente do homem, e com raras exceções, por exemplo, os milagres divinos”. (FONTANET).

3.3. O homem preocupado em conhecer o seu destino pós-morte
Sobre a preocupação em conhecer o seu destino pós-morte, Francisco Gavilán afirma: “Desde as mais remotas épocas, o homem, preocupado por conhecer o destino que o espera após a morte, tentou por muitos meios, entrar em comunicação com os mortos”. (FONTANET). Esta crença persiste por séculos. “Entre os povos da antiguidade, os sonhos eram considerados como mensagens diretas do mundo dos espíritos, de origem divina ou diabólica”. (FONTANET). Essa ideia se desenvolveu entre os chamados bruxos e feiticeiros das sociedades primitivas. Eles impunham suas ideias que tinham faculdade capaz de comunicar com os mortos, com seus ritos invocavam os espíritos. Nos tempos modernos isso dá através do espiritismo. Ligados ao espiritismo alguns homens de ciência, inicialmente diziam “se comunicar com personagens famosos da história”. (FONTANET).

“De forma idêntica, alguns povos sustentaram que os espíritos dos mortos rondam o ar, a terra e os céus e que são capazes de entrar em contato com os homens e ainda mais, de penetrar no interior dos indivíduos a fim de inspirá-los e tomar completa posse deles, acreditando, inclusive, que podiam falar em animais e objetos naturais”. (FONTANET).

IVª parte
4.1. Sobrevivência do homem após sua morte X comunicação dos espíritos
Nos Chama atenção Francisco Gavilán: “‘comunicação dos espíritos’ não deve ser confundida com a sobrevivência do homem após sua morte”. Muitos tentam unificar “a crença universal na sobrevivência, com a crença na possibilidade de comunicação direta com os espíritos”. (FONTANET). E são duas coisas que precisamos distinguir claramente. Sobre a sobrevivência é uma crença universal de nossos ancestrais estendida a todas as raças e povos. Independente de opções pessoais. “‘Cultura-histórico-inconsciente-coletivo’ que preexiste ao nosso nascimento”. (FONTANET).

“O experimentador, crendo na possibilidade de ‘comunicação’ entra nas condições mais favoráveis de sugestão: silêncio, desligamento do ambiente exterior, etc… e mentalmente expressa o desejo de estabelecer contato com o ‘outro mundo’, formulando perguntas concretas a familiares desaparecidos ou invocando personagens históricos. Estas tentativas de penetração no além costumam ser, em certas ocasiões, muito dificultosas, mas uma vez estabelecido o ‘contato’, o diálogo é natural”. (FONTANET).

4.2. Francisco Gavilán da explicação diferente de Pe. Quevedo
Você vai perceber até aqui, que a explicação de Francisco Gavilán é diferente de Pe. Quevedo. É claro que existem pontos em comum, mas há também diferença. Mesmo sendo da mesma escola de parapsicologia. Voltando o que disse na introdução, para o parapsicólogo Pe. Quevedo é graça a força da Telergia que se dá a psicofonia. Mesmo a telergia sendo força física não descarta a condução pela mente humana já que somos um todo. Porém Francisco Gavilán, também da escola de parapsicologia de Pe. Quevedo a força que leva a psicofonia é inconsciente com ajuda de Fenômenos Extranormais de Conhecimento como a Pantominésia. Considera que a telergia explica mais alguns casos especiais e não a maioria dos casos de psicofonia. Mesmo com esta divergência fica claro para a escola de parapsicologia de Pe. Quevedo que o fenômeno é natural produzido pela mente humana e não por forças do além, de outro mundo.

4.3. Explicação de Francisco Gavilán – Inconsciente e Fenômenos Extranormais de Conhecimento.
4.3.1. Inconsciente e Pantomnésia
“O experimentador está excitando seu inconsciente e este estímulo se traduz numa mensagem pergunta que requer uma resposta por parte do próprio inconsciente que tratará de corresponder indagando seu arquivo pantomnésico (memória de tudo: o inconsciente não esquece nada) com o objetivo de procurar algum dado que possa resolver o conflito a que o experimentador o submeteu.

A resposta, frequentemente, irá dramatizada com o fator da crença da ‘comunicação’ com os mortos. A partir deste momento, o inconsciente do agente ativará qualquer palavra ou frase registrada que encaixe, não necessariamente no nível consciente, na pergunta do experimentador e a emitirá para o exterior”. (FONTANET).

Estas vozes exteriorizadas pelo próprio experimentador

“a Ventriloquia – subliminar em estado sonambúlico e de semi-transe. – Emissão provocada pelo movimento inconsciente das cordas vocais ao transmitir, ainda que em forma de pensamento, a resposta mensagem. Esta é a mais comum das explicações das psicofonias”. (FONTANET).

Vª parte
5.1. Dois grandes espelhos côncavos metálicos
Este exemplo dos dois grandes espelhos é bastante significativo para entendermos a psicofonia como um fenômeno natural provocado pela mente humana e não forças de outro mundo ou do além.

“O movimento dos órgãos da fonética, ou melhor, a emissão das palavras internas que pensamos foi demonstrado experimentalmente. Por exemplo: Os doutores Lehmann, diretor do laboratório de psicofísica e seu colega Hansen, ambos da Universidade de Copenhague, colocaram frente a frente dois grandes espelhos côncavos metálicos, a uma distância de dois metros um do outro. No foco de um deles, uma pessoa encostava a boca ao pensar em alguma coisa e no foco do outro espelho, outra pessoa encostava o ouvido.

As experiências foram feitas de três maneiras: com a boca semifechada, quase fechada e inteiramente fechada, operando-se sempre a respiração pelo nariz.

Os resultados obtidos foram idênticos nas três modalidades da experiência, tendo havido apenas um fracasso de 25%. A pessoa que colocava o ouvido no foco de um dos espelhos, ouvia o que o outro pensava, estando no outro espelho. Houve, portanto a articulação das palavras correspondentes aos pensamentos, fossem coisas concretas ou abstratas, imagens, números, etc.; apesar de não ter havido movimento algum externamente”. (FONTANET).

Francisco Gavilán acha que a telergia explica alguns casos especiais e complexos e não explica e nem justifica a abundância de casos de psicofonias menos complexos.

“Essa mínima onda sonora é captada por um bom gravador que, depois a ampliará e a reproduzirá. Omitimos aquelas psicofonias produzidas por uma atuação direta da telergia sobre o gravador, assim como aquelas que se referem às formações ectoplasmáticas; trata-se de realidades capazes de reproduzir o fenômeno, mas excepcionais e que indubitavelmente são muito complexas para justificar a abundância de psicofonias que com toda a facilidade muitas pessoas produzem. É curioso observar como após as primeiras experiências psicofônicas, não é necessário muito tempo para conseguir registrar novas vozes. É claro, pois o inconsciente já está treinado e conhece o mecanismo, não necessitando, portanto, de uma ‘prévia digestão de ideias’”. (FONTANET).

Como Pe. Quevedo, Gavilán tem em comum que a psicofonia não vem dos espíritos, de forças de outro mundo comunicando com o ser humano. Descarta por completo esta possibilidade.

“Na prática, quando as mensagens psicofônicas parecem ter algum sentido, estas não se destacam precisamente por sua transcendência, mas trata-se sempre de frases carentes de profundidade. Mais um aspecto que convida, dada sua pobreza intelectual, a rechaçar a ideia de uma comunicação superior com os espíritos”. (FONTANET).

E conclui Francisco Gavilán diz: “Deve-se finalmente ressaltar que as vozes quase nunca são perfeitamente audíveis sendo normalmente breves e confusas”. (FONTANET).

VIª parte
Conclusão
Este assunto por ter sido estudado por muitos, alguns a partir de suas crenças como os espíritas, outros a partir da parapsicologia, a psicofonia ganha a sua complexidade. Porém fica claro através dos dois Parapsicólogos aqui apresentados que se trata de um fenômeno com explicação natural e nada de explicação sobrenatural ou de outro mundo. Há divergência um pouco entre os dois parapsicólogos Pe. Quevedo e Francisco Gavilán. Uma divergência não tão grande assim. Pe. Quevedo explica através da Telergia que é um Fenômeno de Efeito Físico. É claro como já disse que Fenômeno de Efeito Físico não exclui o lado da mente humana, já que o ser humano é um todo. Só que Francisco Gavilán vê que os casos de Efeitos Físicos são mais raros e complexos, ao passo que a psicofonia se dá com mais frequência não necessariamente sendo telergia e sim provocada mais pelo lado inconsciente da mente humana, muitas vezes com a ajuda de Fenômenos Extranormais de Conhecimento como a Pantominésia.

Em outra oportunidade voltarei a este tema sobre outro aspecto. Por ora creio que esta abordagem nos dá uma ideia sobre a psicofonia mesmo diante da complexidade do assunto como foi criada.

Referências
OEPNET, QUEVEDO, Oscar G. S.J. Site ativo em 22-12-2017
FONTANET, Francisco Gavilán – Revista de Parapsicologia, número 16, elaborada pelo CLAP.

Pe. Emanuel Cordeiro Costa
Parapsicólogo Clinico
ABPSIG – Registro 409

LEIA TAMBÉM

    cat